O glamour da Ilustração de Moda

Segundo alguns autores, a história da ilustração de moda começou há muito tempo atrás, em meados do século XVI, quando as explorações e descobertas que então aconteciam na Europa provocavam curiosidade e fascínio pelas roupas dos diferentes países do mundo. Daí surgiu a necessidade de registrar o que era visto pelos descobridores em forma de imagens, onde os ilustradores procuraram reproduzir suas próprias roupas e também trajes de outros povos, estando essa ação não muito ligada à moda.
Foi na França, então centro cultural da Europa e do mundo inteiro, que a arte da ilustração de moda alcançou o seu auge, na segunda metade do século XVIII.

Essa situação permaneceu mais ou menos inalterada até o começo do século XX. Alguns autores consideram os primeiros trinta anos do século passado como os anos de ouro para a ilustração de moda. Foi nesta época que os ilustradores viraram figuras indispensáveis nas publicações de moda.
Na década de 1950, os editores de moda começaram a privilegiar a fotografia em detrimento da ilustração, o que provocou um declínio dessa arte até então bastante conceituada e a consequente ascensão dos fotógrafos de moda a categoria de celebridades.

Essa mudança de panorama fez com que os ilustradores tivessem que se conformar em trabalhar em artigos de lingerie e acessórios, assim como em campanhas de publicidade. As décadas de 1960 e 1970 foram tempos de declínio para os ilustradores, que cada vez mais perdiam espaço para os fotógrafos de moda.
No entanto, nos anos 1980 iniciou-se um movimento de reinvenção e valorização dos desenhos de moda, retomada essa que chegou até nós e continua hoje em dia com o auxílio de uma ferramenta poderosa: a tecnologia informatizada.

Por que as editoras de revistas de moda aqui no Brasil ou até mesmo as estrangeiras, como a Vogue, por exemplo, que começou suas atividades fashionistas com as ilustrações de modelos de grandes costureiros realizados pelos ilustradores da época, não voltam a ter em suas páginas, trabalhos tão significativos e que com certeza além do glamour do croqui em si, incentivaria a arte de um modo em geral.

Penso que tais publicações brasileiras deveriam sim trazer ilustradores de diversas nacionalidades, principalmente os brasileiros, para complementar os textos de editoriais de moda, comportamento, beleza etc. Raríssimas são as vezes que encontramos tantas imagens de desenho de moda em uma revista brasileira, geralmente isto acontece em algum catálogo de moda.

Teresa Cristina - 2º semestre noturno